domingo, 28 de agosto de 2011

63- AUGUSTO CÉSAR MACIEIRA DE ANDRADE : MÉDICO E ATOR

O PERSONAGEM  "DR. CARAMUJO"
("SÍTIO DO PICAPAU AMARELO", REDE GLOBO)



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Augusto César Macieira de Andrade nasceu em 3 de março de 1954 em Aracaju, sendo seus pais Walter de Araújo Andrade e Altair de Siqueira Macieira.
Sua mãe, pianista de escol e pessoa por demais conhecida, foi sub-coordenadora do antigo Instituto Nacional de Previdência Social. Seu pai, amante da música e cinéfilo apaixonado, colocou seu filho no caminho do cinema e do teatro.
Em 1959, Augusto César inicou os primeiros estudos no Colégio Salvador, um dos estabelecimentos de ensino mais conceituados de Sergipe.
Em 1968, iniciou a etapa final de seus preparatórios, no Atheneu Sergipense.
Chegado o momento de escolher uma profissão de nível superior, abandonou o antigo sonho de realizar um curso superior de cinema na Universidade de São Paulo e seguiu o conselho paterno optando pela medicina.
Em 1972 ingressou na Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Federal de Sergipe, pela qual foi graduado em 26 de dezembro de 1980.
Especializou-se em ginecologia e obstetrícia, exercendo a profissão no Hospital de Cirurgia (em Aracaju) e no Hospital Pedro Ernesto (no Rio de Janeiro).
“Eu botei  muito gente no mundo. É uma sensação incrível aquela de você pegar uma criança, trazer uma vida nova para o mundo”, dizia Augusto César aos seus amigos.
Apesar do entusiasmo, nosso epigrafado não resistiu aos sonhos da infância, deixou de ser obstetra e se dedicou ao cinema e ao teatro.
Começou a fazer cinema aos 14 anos de idade, utilizando uma fildadora oferecida pelo seu pai. Depois, em 1972, por ocasião do Primeiro Festival Nacional de Cinema Amador promovido pela Universidade Federal de Sergipe,conquistou o terceiro lugar com um desenho animado de sua autoria.
No Segundo Festival, realizado no ano seguinte, ganhou o primeiro lugar, com o filme “Muié Rendera”.
A partir de então sua produção cinematográfica se tornou tão exuberante que chegou a representar cerca de noventa por cento de toda a atividade cinematográfica de Sergipe.
Inúmeros foram os prêmios e trofeus que conquistou em vários estados da federação.
No teatro sua carreira foi igualmente brilhante.
Na década de 70 produziu várias peças teatrais no Rio de Janeiro, onde passou a residir.
Em 1980, tornou-se o primeiro sergipano a ter registro profissional no Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões Públicas do Rio de Janeiro.
Em 1983, a convite de Paulo Resende, produtor do “Sítio do Picapau Amarelo” da Rede Globo, desempenho o papel do personagem “Dr.Caramujo”. Logo depois, os papeis de “Bagre Mordomo” e “Jaboti”.
Fez parte de vários documentários, novelas e programas especiais da Rede Globo e da Rede Manchete, tais como “Caso Verdade”, “Um Infinito Amor”, “Partido Alto”, “Irmãos Coragem”, “Linha Direta”, “Louco Amor”, “Corpo Santo”, etc.
Regressando a Sergipe, dirigiu o Teatro Atheneu e participou de modo efetivo para o engrandecimento artístico de sua terra natal.


FONTE BIBLIOGRÁFICA:
SANTOS, OSMÁRIO – Augusto César Macieira de Andrade. Aracaju, 2002.
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DR.CARAMUJO E D. BENTA


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ESTATÍSTICA:
MÉDICOS ILUSTRES DA BAHIA E DE SERGIPE

Biografias de médicos da Bahia:  408
Biografias de médicos de Sergipe: 64
Total: 472

quarta-feira, 20 de julho de 2011

063- AUGUSTO CÉSAR LEITE


AUGUSTO LEITE

*

Nasceu em 30 de julho de 1886, no Engenho Espírito Santo, município de Riachuelo, sendo seus pais Francisco Rabelo Leite e Maria Virgínia Accioli Leite.
Realizou os estudos iniciais em Riachuelo e em Salvador.
Diplomou-se em medicina pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, no dia 2 de janeiro de 1909, ocasião em que defendeu tese sobre “Contra-indicação renal do emprego do salicilato de sódio”.
Formado, clinicou nas cidades de Capela e Maroim, no interior de Sergipe. Depois, fixou-se em Aracaju, onde dirigiu a Escola de Aprendizes Artífices (1910) e assumiu a cátedra de Higiene Geral e História Natural do Ateneu Sergipense (1916).
Ainda em 1916, integrou o Conselho Superior de Instrução Pública. No ano seguinte, foi eleito para o Conselho Municipal de Aracaju (1917-1919).
Em 1918, passou a reger a cadeira de História Natural do Seminário Diocesano de Aracaju.
A partir de então, sua trajetória foi extraordinariamente brilhante, tornando-se um dos médicos mais famosos de Sergipe.
Foi presidente da Sociedade de Medicina de Sergipe, diretor do Serviço Cirúrgico do Hospital Santa Isabel, criador da Maternidade Francisco Melo (1930), do Hospital Infantil (1937) e da Escola de Auxiliares de Enfermagem (1950).
Fez cursos e estágios de especialização na França e nos Estados Unidos.
A ele devemos o Hospital de Cirurgia, inaugurado em 26 de maio de 1926, bem como a Sociedade de Medicina de Sergipe. Foi um dos fundadores da Faculdade de Ciências Médicas, núcleo formador da Universidade Federal de Sergipe.
Foi o primeiro sergipano a integrar o Colégio Brasileiro de Cirurgiões. Recebeu vários títulos e honrarias (Comendador da Santa Sé, Professor Emérito da Universidade Federal de Sergipe, “Bisturi de Ouro” do Estado de Sergipe, etc., etc.).
É considerado um dos maiores cirurgiões do seu estado natal e um dos mais famosos do país.
Faleceu em 9 de fevereiro de 1978.
A propósito, disse Marcos Aurélio Prado Dias: “Com a morte de Dr. Augusto Leite, Sergipe inteiro chorou a perda de um dos seus mais ilustres e queridos filhos”.
O poeta Freire Ribeiro, no poema “Mãos de Augusto Leite”,  escreveu:

“Mãos que abençoam;
Mãos que afagam;
Mãos que dilaceram ! ...
Morte em nome da vida! ...
Mãos que o Senhor abençoa todos os dias, semeadora da
Paz no Vale das agonias, que nos ferem a vida nas vicissitudes da matéria contigente – a argila que somos na jornada dos séculos!
Mãos que são um presente dos céus para todos nós!
Sim, amigos; cantemo-las! ...
Cantemo-las mais do que nunca neste pontifical de gratidão de Sergipe ao grande apóstolo da Medicina, que por meio século fizeram menos grande a dor dos seus semelhantes nesta cidade de areias tranquilas, de coqueirais virentes, de tranqüila paisagem luminosa! ...
Sim, cantemo-las!
Mãos de AUGUSTO LEITE: mãos de paz, mãos de luz, mãos de amor ! ...”

                                          
AUGUSTO LEITE E O HOSPITAL DE CIRURGIA


FONTES BIBLIOGRÁFICAS:
Garcia Filho, Antônio- Um Pensamento na Praça. Aracaju, 1960.
Guaraná, Armínio – Dicionário bio-biográfico de Sergipe. Rio de Janeiro, 1927.
Porto da Cruz, Thomaz Rodrigues – Augusto Leite. Anais da Academia de Medicina da Bahia. Volume 11, dezembro de 1998.
Prado Dias, Marcos Aurélio – Augusto César Leite. Disponível em http://www.infonet.com.br/asm. Acesso em 12 de maio de 2008.
Santana, Antônio Samarone de, & Cols. – Dicionário biográfico de médicos de Sergipe. Aracaju, 2009.
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MÉDICOS ILUSTRES DA BAHIA E DE SERGIPE
ESTATÍSTICA
Biografias de médicos da Bahia:   408
Biografias de médicos de Sergipe: 63
Total: 471

segunda-feira, 18 de julho de 2011

62- ASCENDINO ÂNGELO DOS REIS


ASCENDINO ÂNGELO DOS REIS

*

Notável educador, um dos maiores de Sergipe.
Nasceu em Divina Pastora no dia 20 de abril de 1852, segundo William Eduardo Nogueira Soares.
Para Liberatto Barreto, Ascendino Ângelo dos Reis deve ter nascido em São Cristovão, provavelmente no ano de 1847.
Seus pais foram João Francisco dos Reis e Rosa Florinda do Amor Divino.
Em 1874, colou o grau de doutor em medicina, na Faculdade de Medicina da Bahia, ocasião em que defendeu tese sobre “Diagnóstico Diferencial das moléstias do coração”.
Estou com imenso sacrifício, devido às condições econômicas que o afligiam. O governo da província lhe adiantou pequena quantia, a qual foi imediatamente paga com os recursos angariados em sua clínica particular.
Imediatamente após a formatura em medicina, foi admitido no Exército e mandado servir em Aracaju, onde permaneceu até 1885.
Ensinou inglês e história no “Atheneu Sergipense” e na Escola Normal.
Ao Asilo Nossa Senhora da Pureza, prestou relevantes serviços.
Em 1879, inaugurou, dirigiu e manteve o colégio “Parthenon Sergipense”, com alunos em regime de internato e externato. Foram seus discípulos três sergipanos ilustres: João Ribeiro, Fausto Cardoso e Gumercindo Bessa.
Foi reformado em 1899, no posto de major, mas continuou ensinando até 1907.
Depois, transferiu-se para a capital paulista onde foi nomeado lente catedrático de Farmacologia e Matéria Médica da Faculdade de Medicina de São Paulo.
É patrono da Cadeira 17 da Academia Sergipana de Letras.
Faleceu em 16 de setembro de 1926.

FONTES BIBLIOGRÁFICAS:
Barreto, Liberato – Homens Ilustres do Brasil- Sergipe. Rio de Janeiro, 1923.
Santana, Antônio Samarone de, & Cols. –Dicionário biográfico de médicos de Sergipe. Aracaju, 2009.
Soares, William Eduardo Nogueira – Ascendino Ângelo dos Reis. Academia Sergipana de Medicina. Aracaju, 2006.

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MÉDICOS ILUSTRES DA BAHIA E DE SERGIPE
ESTATÍSTICA
Biografias de médicos da Bahia:   408
Biografias de médicos de Sergipe:   62
Total: 470

61- AUSTECLINO ROCHA FILHO


PRIMEIRO HOSPITAL DE ARACAJU: HOSPITAL NOSSA SENHORA
DA CONCEIÇÃO, SITUADO NA ÉPOCA NA RUA DA AURORA

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Nasceu em 30 de abril de 1916 em Simão Dias, Sergipe, sendo seus pais Austeclino Silveira Rocha e Laura Ribeiro Rocha.
Exerceu a clínica médica e a cirurgia geral em Itabaiana, São Cristovão e Aracaju.
Em Aracaju, trabalhou no Hospital Santa Isabel, primeiro hospital da capital sergipana ( Fundado em 1889, sob o nome de Hospital Nossa Senhora da Conceição).
Ainda estudante  de medicina, chamou a atençao pelo grande desejo de ajudar os desprotegidas da sorte.
Até o final da existência conservou o sentimento da caridade, doando ao Hospital de Laranjeiras todo o material médico-cirúrgico por ele adquiro na Itália.
Faleceu em 29 de maio de 1987, em Aracaju.

FONTE BIBLIOGRÁFICA:
Santana, Antônio Samarone de, & Cols. – Dicionário biográfico de médicos de Sergipe. Aracaju, 2009.
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MÉDICOS ILUSTRES DA BAHIA E DE SERGIPE
ESTATÍSTICA
Biografias de médicos da Bahia:   408
Biografias de médicos de Sergipe:  61
Total: 469

sábado, 16 de julho de 2011

060- ARTHUR SIMEÃO DA MOTTA

PRÉDIO ONDE FUNCIONOU, EM SUAS ORIGENS, A BIBLIOTECA PÚBLICA, A FACULDADE DE
DIREITO E A FACULDADE DE MEDICINA, EM PORTO ALEGRE.


*

Nasceu em Aracaju, no dia 19 de setembro de 1879, sendo seus pais Simeão da Motta Rabelo e Eudóxia Soledade Motta.
Fez os preparatórios no “Atheneu Sergipense” e ingresou na Faculdade de Medicina da Bahia, pela qual foi diplomado farmacêutico em 1889.
Em 1890, foi nomeado farmacêutico do Exército e mandado servir em Guará, no Rio Grande do Sul, onde permaneceu até 1902.
Em seguida foi transferido para Santana do Livramento, São Gabriel e, finalmente, Porto Alegre.
Em Porto Alegre, sem deixar o Exército, fez o curso de medicina na Escola Livre de Medicina doutorando-se em 1904, quando integrou a primeira turma de médicos formados no Rio Grande do Sul.
Em 1906, foi nomeado médico adjunto do corpo de saúde do Exército e mandado servir em Pernambuco.
Faleceu aos 26 anos de idade, quando se encontrava no Rio de Janeiro em trânsito para o seu novo domicílio.

FONTES BIBLIOGRÁFICAS:
Guaraná, Armínio – Dicionário bio-bibliográfico de Sergipe. Rio de Janeiro, 1927.
Santana, Antônio Samarone de, & Cols.- Dicionário biográfico de médicos de Sergipe. Aracaju, 2009.

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MÉDICOS ILUSTRES DA BAHIA E DE SERGIPE
ESTATÍSTICA
Biografias de médicos da Bahia:   408
Biografias de médicos de Sergipe:  60
Total: 460



               

059- ARCHIMEDES FERRÃO MARQUES

ARCHIMEDES FERRÃO MARQUES

Nasceu em Salvador, Bahia, no dia 2 de julho de 1892, sendo seus pais Ernesto dos Santos Marques e Ana Ferrão Moniz Marques.
Formou-se pela Faculdade de Medicina da Bahia, em 1918, ocasião em que defendeu tese sobre “Raspagem Uterina”.
Logo após a formatura, destacou-se na luta contra a epidemia de varíola que assolou o interior da Bahia, razão pela qual foi nomeado Inspetor Sanitário e membro da Comissão Sanitária Federal de Combate  à Febre Amarela.
Foi médico sanitarista do Ministério da Saúde, em Salvador.
Transferido para Recife, serviu na Delegacia Federal de Saúde e na Inspetoria de Saúde dos Portos durante a Segunda Guerra Mundial.
Em 1945, foi mandado servir na Delegacia de Saúde, em Aracaju.
Além de médico sanitarista, foi político praticante. Candidatou-se a deputado federal nas eleições de 1950, 1954 e 1958, sem lograr êxito.
Faleceu em Salvador, no dia 17 de março de 1968.

FONTE BIBLIOGRÁFICA:
Santana, Antônio Samarone de, & Cols. –Dicionário biográfico de médicos de Sergipe. Aracaju, 2009.

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O MÉDICO E O CANGACEIRO ?
AUTOR: ARCHIMEDES MARQUES
Delegado de Policia no Estado de Sergipe. Pós-Graduado em Gestão Estratégica de Segurança Publica pela Universidade Federal de Sergipe)



A minha avó Helena Motta Marques, quando ainda com vida e lúcida, contava uma história ocorrida em Nazaré das Farinhas, cidade do sertão da Bahia, na madrugada do dia 27 de maio de 1929, época em que ela e o meu avô Archimedes Ferrão Marques, então médico, naquele município residiram por alguns anos.
O meu avô que era médico daqueles que de tudo fazia para ajudar as pessoas, além de ter um cargo estadual como sanitarista possuía também uma farmácia tipo drogaria onde atendia aos doentes e ali mesmo quase sempre manipulava e vendia os remédios que ele próprio receitava. A farmácia que servia de aprendizado e de complemento de renda familiar lhe dava outros bens de consumo, além da satisfação de curar doentes e salvar vidas, vez que, quando os seus pacientes não podiam pagar com dinheiro, presenteavam-no com galinhas, patos, cabritos, porcos e outros animais. Assim eles viveram uma vida dura e simples em Nazaré das Farinhas naquele tempo de muito trabalho, mas também de boas realizações e excelentes lições de vida.
O meu avô Archimedes era muito caridoso e atendia qualquer um a qualquer hora, independente da pessoa ter ou não como pagar pela consulta ou pelo medicamento utilizado. Bastava bater na porta da sua casa que ficava anexa a sua farmácia, que ele medicava, fazia curativos, pequenas intervenções cirúrgicas, engessamento em traumatismo de pernas e braços e até partos realizava com o maior prazer possível. Era médico por vocação, amava a sua profissão e tentava seguir fielmente o Juramento de Hipócrates.
Naquele dia, mais de perto na calada da madrugada, em meados das primeiras horas, chegaram a sua casa dois homens montados a cavalo, um deles com um dente bastante inflamado e “urrando” de dor, querendo a qualquer custo que ele o arrancasse e lhe livrasse daquele atroz sofrimento. Não bastaram as desculpas do meu avô em dizer que somente poderia aliviar a sua dor, pois não era dentista e sim um médico e, além disso, nunca tinha arrancado um dente na sua vida, além de não possuir os instrumentos pertinentes necessários para uma perigosa extração como aquela demonstrava ser.
O homem desesperado puxou de um punhal dizendo que se ele não arrancasse o seu dente seria sangrado ali mesmo sem dó ou piedade. Diante do novo “argumento” não restou outra alternativa senão cumprir a vontade do bandido. Aflita e trêmula de medo a minha avó logo foi buscar um alicate comum na caixa de ferramentas e o colocou para esterilizar em água fervente, enquanto o meu avô aplicava injeção de morfina na boca inchada do intransigente paciente e depois de muito suor, desespero, gemidos e luta do alicate com a boca, o dente do  cidadão finalmente foi extraído. Em seguida o meu avô fez uma boa limpeza em toda a boca infeccionada do paciente, aplicando-lhe uma injeção antibiótica e, recomendando por fim, além da higiene necessária, repouso absoluto nos dois dias seguintes.
O homem agradecido e aliviado, em demonstração de possuir algum sentimento, tirou um  anel de ouro de um dos seus dedos e o deu como paga ou presente para o meu avô que então mais à vontade, criou coragem para perguntar pelos nomes deles, obtendo a resposta do outro cidadão acompanhante, que os seus nomes não lhe interessava e se ele tivesse juízo que ficasse calado sobre o ocorrido para não ter um dia a sua garganta cortada. Em seguida montaram nos seus cavalos e desapareceram no escuro da noite para sempre.
Por via das dúvidas, diante do iminente perigo da ameaça e com receio dos homens voltarem em vingança caso fossem denunciados e presos, os meus avós preferiram guardar segredo dos fatos durante o tempo em que naquela cidade permaneceram, não prestando queixa à Polícia nem tampouco comentando com vizinhos e amigos sobre o desespero e terror pelos quais passaram naquela noite.
Diz o velho ditado que não há um mal que não traga um bem. Assim, a lição e o exemplo vividos pelo casal que inclusive já tinha filhos menores, serviram para que o meu avô adquirisse os instrumentos dentários essenciais e passasse também a extrair dentes, sendo então, mais uma fonte de satisfação e caridade aos mais necessitados que passavam pela angustia dessa insuportável dor, além do somatório próprio da renda familiar, vez que no município não existia um dentista sequer. Contava a minha avó que por vezes a fila para extrair dentes era bem maior do que as consultas médicas tradicionais realizadas pelo meu avô Archimedes.
Quanto aos dois desconhecidos que a minha avó dizia ser de compleição física sertaneja e rude, de cor morena queimada pelo sol e que usavam roupas grosseiras com bornais de couro e outros apetrechos, nunca souberam de quem se tratavam.
Teriam sido cangaceiros desgarrados de algum grupo de Lampião ou teriam sido criminosos outros procurados pela Polícia?... Como não há nenhum registro de ataque ou presença de cangaceiros no município de Nazaré das Farinhas é mais provável a segunda opção.

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Biografias de médicos da Bahia:   408
Biografias de médicos de Sergipe:  59
Total: 467

MÉDICOS ILUSTRES DA BAHIA E SERGIPE

058- ARNALDO JOSÉ FALCÃO


FACULDADE DE MEDICINA DA BAHIA

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Nasceu em 19 de novembro de 1908 em Salvador, Bahia, sendo seus pais Argemiro José Falcão e Emília Valverde Falcão.
Realizou o curso de humanidades em sua cidade natal e ingressou na Faculdade de Medicina da Bahia em 1931, sendo por ela diplomado em 5 de dezembro de 1936.
Especializou-se em ginecologia e atuando como ginecologista em Aracaju durante alguns anos.
Faleceu em Aracaju, no dia 2 de dezembro de 1977.

FONTE BIBLIOGRÁFICA:
Santana, Antônio Samarone de, & Cols. – Dicionário biográfico de médicos de Sergipe. Aracaju, 2009.
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MÉDICOS ILUSTRES DA BAHIA E DE SERGIPE
ESTATÍSTICA
Biografias de médicos da Bahia:  408
Biografias de médicos de Sergipe: 58
Total: 466